27 abril, 2009
06 abril, 2009
Trecho - Sarau 07/Março

Quem foi, perguntou o Celo
Que me desobedeceu?
Quem foi que entrou no meu reino
E em meu ouro remexeu?
Quem foi que pulou meu muro
E minhas rosas colheu?
Quem foi, perguntou o Celo
E a Flauta falou: Fui eu.
Mas quem foi, a Flauta disse
Que no meu quarto surgiu?
Quem foi que me deu um beijo
E em minha cama dormiu?
Quem foi que me fez perdida
E que me desiludiu?
Quem foi, perguntou a Flauta
E o velho Celo sorriu
* Vinícius de Moraes
04 abril, 2009
Poesia que declamei no primeiro Sarau em fevereiro.
Contemplo o lago mudo
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.
O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.
Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?
Fernando Pessoa, 4-8-1930
Que uma brisa estremece.
Não sei se penso em tudo
Ou se tudo me esquece.
O lago nada me diz,
Não sinto a brisa mexê-lo
Não sei se sou feliz
Nem se desejo sê-lo.
Trêmulos vincos risonhos
Na água adormecida.
Por que fiz eu dos sonhos
A minha única vida?
Fernando Pessoa, 4-8-1930
Poesia declamada por mim no segundo Sarau: 7/3/2009
O ESTRANHO INVERNO DE CLOTILDE
Desde menina,
Clotilde temia temperaturas baixas.
Ao pisar no chão gelado,
Sua boca estranhamente
Era tomada por um gosto de limão.
Anos e anos Clotilde guardava esse segredo,
Entrava primavera e saía primavera
Sem sentir a delicadeza do chão.
Dia desses fiquei sabendo
Que diante de um frio 4° graus,
Clotilde tirou os sapatos, as meias
Desafiou a temperatura do solo,
Esquentou o coração.
- sentiu um leve gosto de limonada nos lábios -
Com um largo sorriso nos pés, saiu descalça
Passeando pela cidade,
Irradiando euforia e paixão.
Reginaldo Poeta Gomes
18 fevereiro 2009
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